quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Não penso, logo não sofro!

Ando tão cansada ultimamente, ai os que me conhecem vão dizer: "ahh gabriela, mas cansada de que, você acorda meio dia, e fica o dia todo na net", mas não é do cansaço físico que eu estou falando. Estou cansada da minha vida, tudo tão previsivel, tão entediante, sei admito, eu tenho feito dela assim, mas sei lá, não sei se conseguiria fazer dela diferente.Ai possivelmente vc deve estar pensando, poxa se eu não mudar, se eu não quero mudar, então porque to reclamando,..rs.Bem acho que esse é um dos meus defeitos, reclamar demais.
mas continuando as reclamações..rs (aguenteeeeeee) , to cansada da minha vida, e de mim  principalmente..cansada de sentir tanta saudade, cansada de sonhar com coisas impossiveis, cansada de chorar, de sorrir por educação, de me sentir sozinha, de "odiar" o amor, de estar me tornando tão desiludida, a cada dia que passa(poxa, quando eu acho que to melhorando, tudo parece que piora), to cansada de pensar...
Bem Martha como sempre me ajudando..rs,ultimamente esse blog tem sido mais dela do que meu...mas enfim...segue a cronica, que reflete como eu me sinto..hj!


"Parar de Pensar-Martha Medeiros"

Você encontra uma lâmpada mágica no meio do deserto, dá uma esfregadinha e de dentro sai um gênio meio afetado, que concede a você a realização de um desejo. Humm... Você pediria um segundinho pra pensar?

Eu  não pensaria um segundo. Aliás, o meu desejo seria justamente este: por bem mais que um segundo, digamos por dois dias, gostaria de parar de pensar. Parar totalmente de pensar.
Ué, Saramago escreveu sobre um lugar em que as pessoas paravam de morrer. Salve a ficção, a casa de todos os delírios. Que tal, temporariamente, parar de pensar?
Eu acordaria e não pensaria em nada. Sendo assim, voltaria a dormir(...)
Abro jornal, leio todas as matérias e não me ocorre nenhum pensamento tipo: "É pro bolso destes malandros que vai meu imposto", "Não acredito que fizeram isso com uma criança" ou "Caramba, como fui perder este show?". Eu não penso, portanto, não sofro.
(...)
Passo por um espelho e não dou a mínima para o que vejo. Espinhas, olheiras, cabelo fora de moda, danem-se. Moda, falei em moda? Era só o que me faltava ocupar meu cérebro com essas trivialidades.
Tudo vazio lá dentro, um descampado, um silêncio, o paraíso.
Voce não pensa mais (...)em como responder um e-mail irritante, em como esconder dos outros suas dores, em como arranjar tempo para ir ao médico, em como você tem medo de que as coisas nunca mudem e, se mudarem, como enfrentar? Você não precisa pensar em mais nada, você pediu ao gênio, e ele, camarada, atendeu. Aproveite, são apenas dois dias.
Não precisa ter opinião sobre o Lula, sobre o Alckmin, sobre a segurança do espaço aéreo, sobre a reviravolta do clima no planeta, sobre o último disco do Caetano, sobre o vídeo da Cicarelli, sobre os resultados do Brasileirão. Você está de férias de você. Não tem nem motivo para chorar. 
Seu amor se foi? Tudo bem. Você não pensa em rejeição, não pensa que ele tem outra, não pensa que vai surtar. Jogue fora os antidepressivos, não precisa nem mesmo passar creme anti-rugas. Por dois dias, seu humor está neutro e suas rugas se foram. Este seu olhar sereno, esta sua fala pausada... Nossa, sabia que você ficou até mais sexy?
Tudo isso é uma viagem sem sentido.
Concordo.
Mas vai dizer que, às vezes, acionar o "Pause" no cérebro não lhe passa pela cabeça?

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